utros tipos arquitetônicos mais elaborados também compõem o conjunto arquitetônico, são edificações que pertenciam a pessoas mais abastadas, geralmente comerciantes de metais e pedras preciosas (fornecedores7e capangueiros8) (Figura 10).
Figura 10: Casa de capangueiro
Nestes casos, incorporavam‐se ao programa arquitetônico: o depósito, a loja ou o escritório. Construídas em um ou dois pavimentos estas edificações possuem fachadas emolduradas por cunhais e cornija, normalmente apresentam frisos e elementos decorativos (baixos relevos) em estuque como florais e formas geométricas que lembram a decoração surgida, mais tarde, em Parati (AZEVEDO, 1980) (Figura 11). A cobertura em duas águas ou em quatro águas, no caso de alguns sobrados, termina normalmente sobre cimalha, mas há casos de terminação em beira‐saveira. Na maioria dos casos as janelas possuem caixilharia em guilhotina e, nas janelas do pavimento superior dos sobrados encontram‐se sacadas de púlpito e gradil de ferro e, em alguns casos, gradil entalado, em madeira recortada.
7 A mineração em Rio de Contas se fazia pelo regime de “meia-praça”. Neste regime o garimpeiro recorria ao fornecedor (comerciante) que lhe “financiava” equipamentos e provisões em troca de metade da produção do garimpo.
8 Indivíduo que vive da compra de ouro ou diamantes e carbonados, feita diretamente aos garimpeiros.
Figura 11: Detalhes de baixo relevo em motivos geométricos
Desta categoria de edificações de uso residencial e misto (residencial e comercial), treze edifícios estão inscritos no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: a casa de Abílio César Borges, as casas número 6, 57 e 138 na Rua Barão de Macaúbas, o sobrado da atual Prefeitura Municipal e a casa do atual Correios no largo do Rosário, as casas número 12 e 40 na Rua Barão de Rio Branco, a casa número 82 na Rua Silva Jardim, os sobrados número 3 e 4 e a casa número 90 da Rua 15 de Novembro e a casa de número 37 na Praça Senador Tanajura, como podem ser vistos nas Figuras 12 a 15.